segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Da mentalidade

Lamentável essa dinâmica de falsa "dialética" sem síntese no apogeu da liberdade de expressão. Mais um enfadonho legado das construções subjetivas que compõem as tão complexas mentalidades.  Em uma analogia moderna, a mentalidade poderia ser comparada a um software, cujo código fonte e linguagem lógica são compostos por valores interpretados e executados pela máquina humana. Um sistema operacional instalado que formata nossa visão de mundo e consequentemente, configura nosso comportamento.

A lógica didática, que contribui para a falsa ideia de evoluções lineares e contínuas, faz com que nos choquemos durante os comuns embates repletos de posições e contraposições.  Esquecemo-nos das inúmeras variáveis que compõe essa linguagem de programação. Por vezes, subestimamos os conflitos que podem ser gerados em função das mais variadas e duvidosas fontes de downloads pelas quais esses softwares podem ser adquiridos. Considerando, sobretudo, que para alguns, a funcionalidade da mentalidade trate-se do fator prioritário; se a máquina humana executa as funções básicas, já serve ao propósito de seu usuário. Os upgrades disponíveis não constituem atrativos suficientes para a mais tecnológica e revolucionária das atualizações.

É fato que qualquer tipo de revolução soa como uma maldição para o "senso comum”  e todo seu catastrófico complexo de mentalidades coletivas. Um "Cavalo de Tróia" ameaçando seus padrões racionais e sensíveis, incluindo o imprescindível - e para muitos - atrativo diretório que contém todos aqueles dogmas e paradigmas culturais. E por essa razão, todas as vezes que uma variável surge neste contexto, sentimo-nos varridos por uma espécie de “anti-virus”, um repelente de polêmicas, visto que que a revisão de qualquer elemento de massa, possa contaminar a “funcional” máquina humana. 

 As versões corrompidas, possuem ferramentas eficientes que impedem o rompimento do conservadorismo, compactando as potencialidades racionais, deletando arquivos e extensões que sejam capazes de interferir na mentalidade retrógrada, colocando o executável da racionalidade em quarentena. Felizmente, o processo de formatação massiva está sujeito a falhas. Sou grata pelo acesso e aquisição de todos os meios de upgrades disponíveis e por esbarrar, ainda que de vez em quando, com aqueles que não se limitam apenas a utilizar-se da máquina humana, como se empenham em intervir em seus próprios códigos e linguagens de programação, com o objetivo de inserir sua própria lógica.

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